sábado, 6 de outubro de 2012

“Coisas invisíveis”


Esse é o nome da peça que assisti essa sexta-feira e não há outro título mais apropriado para o turbilhão de sentimentos que me foi propiciado por ela.
Recebi o convite do Anderson Aníbal para assistir o espetáculo e fui até o Palácio das Artes sem saber o que me esperava e eis que encontro no palco um pedaço de mim. A cada fala ao longo da peça, senti que passagens de minha própria vida eram rasgadas e jogadas na minha cara. Vi verdades inquietantes sendo remexidas dentro de meu interior e passei a assistir os acontecimentos que se desdobravam a minha frente quase como se fossem parte de minha memoria.
Peço perdão pela subjetividade e falta de clareza ao falar sobre o espetáculo. Acredito que seria um sacrilégio tentar reproduzir qualquer pedaço dele – ou mesmo resumi-lo – para criar uma imagem mais concreta. E sabe por quê? É simples: não há nada de concreto na experiência que ele me propiciou.
A verdade é que durante todo seu percurso fui levado a lugares muito intimistas, que dizem respeito a visão particular de mundo que a vida me brindou. Assim, senti-me como expectador de vários sentimentos já vivenciados, colocados ali sobre a lupa de um olhar sensível.
Confesso – sem nenhuma vergonha – ter deixado várias lágrimas se desprenderem de meus olhos a cada fala, gesto e silêncio. O último atua como um personagem da trama, as pausas e, principalmente, tudo aquilo que cala fazem parte da reconstrução das vivencias humanas tão bem dissecadas pela peça.
Senti-me como a peça me propôs: feliz e triste, tudo ao mesmo tempo. Saí com a alma renovada, sentindo-me um pouco mais vivo do que antes de adentrar o teatro. Agradeço mais uma vez ao Anderson pelo convite e por me dar um presente tão grande que foi a peça como um todo.
A quem estiver em Belo Horizonte nesse, e/ou no próximo fim de semana, faço um convite: assistam a “Coisas invisíveis” e sinta algo que as palavras não podem explicar.


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