–Você está bem?
–O quê...? Ah, não é nada.
–Não é o que parece.
–Lembra-se do personagem que te mostrei há algumas semanas?
–O que a vida era uma confusão só?
–Esse mesmo (risadas). Pois então, eu o perdi...
–Como assim? Não sabe onde estão seus rascunhos, podem ter
ficado naquela estante desarrumada. Vivo te falando pra se livrar de um pouco
de todo aquele...
–Não, não é isso. Os manuscritos estão aqui, mas ele...
perdi sua história. Já não posso conta-la, o papel já não quer aceitar meus escritos.
–Que tal dar a ele algumas soluções, você fez da vida dele
um estorvo tão grande.
–Esse é o problema: nada do que eu tento parece natural. Ele
é tão propenso a bagunçar-se que não consigo mais achar uma forma de coloca-lo
em ordem.
–Talvez você o tenha perdido, mas dê um tempo a ele. Pode
ser que ele decida voltar.
–Pode ser...
Nenhum comentário:
Postar um comentário