domingo, 14 de abril de 2013

Por uma morada

Nem tudo que se escreve tem endereço. Talvez a maioria, mas algo ainda escapa. Ou, talvez, aguardam ter a quem chamar de seu.

Sim, o mundo escrito possui ao mundo real e o quer como um amante à sua amada. Quer fazer-se dono de alguém, algo, uma essência. Para tornar-se vivo dentro de seu possuidor.

Alguns de meus escritos mais recentes ainda aguardam morada. Vagam palos poucos olhares que os cruzam buscando a quem aprisionar. Têm sede de prazer e prazer em serem lidos, desfolhados e gerar gozo a quem lê.

E, assim, em maliciosa inocência, tornar-se dono dessa alma. Efêmera ou duradoura, pouco importa, mais vale viver por vão segundo do que correr os séculos adormecido em esquecimento.

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