domingo, 29 de janeiro de 2012

Cachaça – Conversas de boteco

               O amor é feito cachaça... daquelas da melhor qualidade. Essas porcarias baratas que existem por aí são como as paixões: chegam, nos deixam malucos e no dia seguinte só resta a ressaca. Uma bela de uma ressaca, sim senhor, com direito a boca seca e muita dor de cabeça – por vezes umas dores morais e algum vexame pra guardar.
               O amor é diferente... a gente saboreia, sabe? É por que, muito provavelmente, nunca mais sentiremos aquele sabor outra vez. Nunca é igual, nunca vai ser igual. Assim como uma boa cachaça – dessas que custam todo um soldo – o amor é caro. Devíamos aprecia-lo aos poucos, sentindo todos os seus sabores, isso é amar de verdade. Deixar o gosto impregnar o paladar sem pressa e a cada novo gole descobrir outro sabor.
               Não se engane, porém. Feito as paixões o amor também pode te ressaquear feio. E como pode... por isso a calma – nunca a sede – deve ser o seu controle. Digo mais: a ressaca de um amor é ainda mais dura, ela dói no fígado. No fundo do ser.
               O amor não foi feito pra se tomar em um gole só. Não, não, não... Ansiedade. É, é isso. O amor nos embriaga também, sabia? Nos deixa completamente preenchidos e loucos. Numa euforia sem igual, nem preciso dizer... Mas quando tomado com paciência conseguimos manter a sensação boa por muito mais tempo, quanto tempo possa durar uma vida.

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