sexta-feira, 13 de abril de 2012

Do lado errado


Do lado da linha que separa certo e errado encontrei uma trilha
Desse lugar sinuoso e obtuso tracei toda uma vida
E partindo daquele ponto busquei coisas findas
Para não cair nas ciladas de minhas próprias manias

Do lado de lá do horizonte que separa bonito e feio vi uma ilha
Com milhões de espelhos que refletiam tudo que se imagina
A multidão de sombras apagadas buscavam suas miraculosas visões
Porém eram apenas sombras, mais e mais a se alimentar de ilusões

Do lado da fronteira dos sonhos e pesadelos me perdi num pântano
Cujas trevas e árvores engalfinhadas me guiaram por seus cantos
Lá torturantes imagens: passado, presente, futuro brincavam de roda
Suas canções arderam meus ouvidos e sapecaram toda minh’alma

Ao fim da jornada pus-me a pensar sobre tudo que havia visto
Seja pelas dores ou dissabores trouxe no peito um conflito
Afinal se mesmo aquelas linhas por vezes se faziam bailarinas,
Quem poderia dizer realmente em qual dos lados estaria?

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