Do lado da linha que separa certo e errado encontrei uma
trilha
Desse lugar sinuoso e obtuso tracei toda uma vida
E partindo daquele ponto busquei coisas findas
Para não cair nas ciladas de minhas próprias manias
Do lado de lá do horizonte que separa bonito e feio vi
uma ilha
Com milhões de espelhos que refletiam tudo que se imagina
A multidão de sombras apagadas buscavam suas miraculosas
visões
Porém eram apenas sombras, mais e mais a se alimentar de ilusões
Do lado da fronteira dos sonhos e pesadelos me perdi num
pântano
Cujas trevas e árvores engalfinhadas me guiaram por seus
cantos
Lá torturantes imagens: passado, presente, futuro
brincavam de roda
Suas canções arderam meus ouvidos e sapecaram toda minh’alma
Ao fim da jornada pus-me a pensar sobre tudo que havia
visto
Seja pelas dores ou dissabores trouxe no peito um
conflito
Afinal se mesmo aquelas linhas por vezes se faziam bailarinas,
Quem poderia dizer realmente em qual dos lados estaria?
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